Você já reparou como nós comumente focamos mais nas nossas limitações e incapacidades? Diante de um problema, tendemos a nos sentir inseguros e titubear.

Olhar para nossa vulnerabilidade acaba sendo uma forma de identificar situações de perigo e lidar com elas para assegurar nossa proteção e sobrevivência.

Entretanto, mirar só no que é ruim nos distrai do fato de que há, sim, outros aspectos, mais positivos e favoráveis, que fazem parte de nós e marcam do nosso jeito de ser. Funcionam como nutrientes que garantem nossa saúde e auxiliam nas nossas lutas diárias.

Quando estamos chateados com a vida e nos sentimos um "zero à esquerda", podemos lançar mão desses nutrientes – nossas virtudes, talentos e forças – mas, para isso, é preciso conhecer-se. Se não sei quem sou, se sei apenas sobre meus defeitos e não sou capaz de reconhecer minhas potencialidades, não posso me ajudar.

O fato é que virtudes como sabedoria, justiça, coragem dentre outras todos temos em algum grau. E conforme somos convocados a nos posicionar diante de uma encruzilhada, um ou outro desses nortes nos orienta a escolher o rumo, como a bússola ajuda o viajante a mirar no seu destino.

O viajante planeja sua excursão: define os recursos necessários, considerando como cada item poderá ajudá-lo a enfrentar as dificuldades da jornada. Procura saber como é o lugar que irá visitar – clima, cultura, língua, infraestrutura, hospedagem, mobilidade. Finalmente, prepara a bagagem com cuidado.

Ante os desafios de nossa jornada existencial, precisamos ter uma visão global de tudo o que está implicado: contexto, relações, fraquezas, mas também forças e virtudes, princípios norteadores e recursos pessoais que trazemos na bagagem. Se não pudermos reconhecer nossas ferramentas, talvez seja mais difícil viver as experiências da viagem. Você, pessoa singular e única, já pensou sobre o que traz na sua bagagem para encarar a travessia de sua existência?