Nossas vidas são visitadas cotidianamente por vários acontecimentos, que registramos conscientemente ou não. Experimentamos coisas boas ou ruins, mas o modo como lidamos com elas depende da nossa visão de mundo.
Com efeito, se acreditamos que o mundo é um lugar difícil para se viver, que a maldade é generalizada e permanente, que não há nada que se possa fazer para mudar esse quadro, nossa tendência é colecionar os eventos ruins que nos ocorrem e desconsiderar os bons…
Ou, prestando um pouco mais de atenção em nosso entorno, mesmo diante de situações dolorosas, desafiadoras, conflitantes, poderemos identificar várias ocorrências que nos favorecem: conseguir terminar uma tarefa difícil no trabalho, ouvir tocar nossa música preferida no rádio, encontrar casualmente uma pessoa querida, conseguir uma vaga na sombra para o carro numa tarde quente…
São pequenos acontecimentos que, em alguma medida, nos provocam alegria e prazer. Mas para sentir essas emoções agradáveis, precisamos reconhecer que, sim, coisas ruins acontecem, mas coisas boas também. E, sim, ambas são pontuais, não permanentes e não podem ser generalizadas.
Compreender isso pode nos colocar em contato com a gratidão – uma atitude consciente e pessoal de agradecimento diante da concretização de uma expectativa positiva, da realização de um projeto, da ocorrência de um fato que nos beneficia, que nos favorece.
Pesquisas científicas têm demonstrado resultados interessantes sobre a gratidão associada à felicidade e ao bem-estar subjetivo, à realização e satisfação no trabalho, à contribuição para a saúde física e mental, além da vinculação com sentidos e propósitos na vida.
Alguns processos terapêuticos recorrem ao exercício da gratidão como intervenção, solicitando que escrevamos diariamente, durante uma semana, e sem repeti-las, três coisas pelas quais podemos sentir-nos gratos. Vamos tentar?