Quando a felicidade abraça

Quando a felicidade abraça

Quando a felicidade abraça

Mara Medeiros

Mara Medeiros

Mara Medeiros

Psicóloga

Psicóloga

5 de jul. de 2025

5 de jul. de 2025

Ser feliz é comumente associado a ter dinheiro, prazer e alegria, sem nunca sofrer. Divertir-se muito, ganhar sozinho na loteria, receber uma herança ou qualquer evento que traga um bom dinheiro é, para muitos, garantia de felicidade.


Abandona-se um projeto pessoal que faz muito sentido para seguir outro que remunera melhor, mesmo que marcado pelo tédio ou pela frustração. Espera-se filhos criados, aposentadoria, casa própria, para só então ser feliz. Entretanto, a vida é permeada de altos e baixos: coisas boas e ruins acontecem no correr das horas, todos os dias. Além disso, prazeres são efêmeros, uma vez saciados, derretem tão rápido quanto um pedaço de chocolate na boca.


Alegrias duram mais, porém, não tanto quanto se espera: a sensação agradável de comprar um carro novo termina quando o “cheirinho de novo” se dissipa. Ser feliz é um estado de espírito mais permanente, em que alegria e prazer não se manifestem com tanta frequência. A morte de um amado, por exemplo, apesar da dor, convida a constatar a presença serena da felicidade nas experiências valorosas havidas com o amor que se foi.


É mais comum mirar o que é ruim: a chuva que estragou o passeio, a buzina que acordou do cochilo, o arroz que queimou. Mas, num dia difícil, ainda é possível chegar em casa e ser recebido com um sorriso de criança ou com um rabinho abanando, ou sentir o prazer de um banho morno.


As coisas são como são, às vezes imprevisíveis e incontroláveis. Observar a vida em movimento, com seus altos e baixos, feiuras e belezas, permite experimentar tudo com mais maturidade e gozar de uma existência feliz desde já!


Exercícios diários de abertura à experiência presente ajuda a capitalizar emoções positivas e fazer uma boa reserva para os tempos difíceis. Gera novos pensamentos que, aos poucos, interiorizados e automatizados, tornam novo hábito e transformam o modo de ver as coisas.


Aí sim, a felicidade que nos espreita pelas esquinas da vida, às vezes aparece e surpreende com um abraço, manifestando-se através da alegria, do prazer, e até dos desafios.

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